sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

E lá (não) estava ele (Jorge Coroado)


Há duas semanas atrás, Belenenses - V.Guimarães e Benfica - Olhanense jogaram a horas parcialmente sobrepostas. Estava a começar a 2ª parte, quando se iniciou o outro jogo.

Saído do Restelo, liguei o rádio do carro e oiço Jorge Coroado. Sim, oiço o vice-Presidente da Assembleia-Geral do Belenenses (que, estando a substituir o Presidente do mesmo órgão, é o mais alto representante do clube), a comentar...a arbitragem... do Benfica-Olhanense! Obviamente, faltou ao jogo do nosso clube. Repare-se na sua escolha!

Isto tem ainda a ver com o postal anterior. O qual, naturalmente, não teve comentários. Só se discute o acessório...

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

ADEPTOS?! PARA QUÊ?

Há dois pontos prévios que eu gostava de deixar claro:

1) Tanto quanto posso avaliar, a Comissão de Gestão efectuou até agora um trabalho bastante positivo, tendo pegado no Belenenses numa situação muito difícil.

2) Considero que há décadas que a recomposição humana do Belenenses, que perde adeptos todos os anos, em parte pelos resultados, mas sobretudo pela negligência nesse campo, é uma prioridade absoluta.

Adiante. No estádio do Restelo, na zona dos sócios, podem ver-se duas lonas a apelar a que as pessoas se tornem sócias do Belenenses. Neste local, pode ser basicamente considerado como chover no molhado: a grande maioria dos que ali vão, precisamente, já são sócios.

Mas não haveria problema nisso, não fosse o facto de em mais lado nenhum haver qualquer publicitação dessa...será que lhe devemos chamar campanha? Campanha nem sequer chega a ser. A única hipótese agradável é que ainda não fosse uma campanha, mas fosse só os prenúncios de uma, a realizar em breve.

Mas, não acredito. Acho que tal coisa não é nem nunca será uma prioridade, nem sequer de 2ª linha. Pura e simplesmente, e por mais que me custe, tenho que reconhecer que tal assunto não nos está na massa do sangue. Não está no código genético. Não gostamos de ser muitos a empurrar para o mesmo lado. Gostamos de ser poucos. Por isso, sempre que num jogo podemos ser mais, há gente que se incomoda e que foge. Por isso, os temas de sócios, adeptos e assistências são sempre tratados pelos mesmos incapazes. Por isso, caso único, no nosso imponente museu, vêem-se muitas fotos de equipas mas nem uma de adeptos - isso não interessa. Por isso, publicamos em todo o lado, sem nenhuma vergonha, fotos como a que vem a seguir. Nem sequer se vai ao outro lado tirar as fotos, porque não dói, nem se repara nas bancadas vazias.


Mas fora do Belenenses, isso nota-se e muito. Salta à vista. E esse é o principal assunto pelo qual somos gozados.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Porque será?

Passou-se com o Ruben Amorim exactamente o que eu previa. Vergonha para nós. Assumimos o estatuto de "pequenino" que até deve sentir-se honrado por um ex-jogador seu sair para um clube como o Benfica.

Aliás, não sei porquê, os nossos adeptos gostam muito de dizer que somos "pequenos", "pequeninos", "muitos pequenenos" e até "muito pequeninos".

É uma tara! Sobretudo, porque não é verdade. Passando já de lado o argumento da história, que somos os primeiros a pisotear, o Belenenses hoje é um clube médio, e se não é na actualidade o 4º do Futebol, é sem dúvida o 4º do Desporto. Não é "pequeno". Nunca mas nunca direi que somos pequenos.

Se nós somos "muito pequeninos", o que será o Cinfães, o Cova da Piedade ou o Padernense, por exemplo?


Gostava que se pensassem algumas coisas como deve ser.

Porque é que há tantos jogadores a sair do Belenenses e a manifestar indiferença e desprezo por nós (Paulo Madeira, Antchouet, Neca, Meyong, Amorim são apenas exemplos recentes), só voltando a ser simpáticos para o Belenenses quando querem vir para o asilo, quando os que saiem de outros clubes não festejam golos quando marcam às ex-equipas, falar com respeito, etc?

Quem não se dá ao respeito, dificilmente poderá ser objecto de respeito! Quem aplaudiu o Amorim voltou a trair o Belenenses, se é que é mesmo do Belenenses. Não venham com a história que ele nos representou bem quando cá esteve! É profissional, não fez mais que a sua obrigação.

Outra pergunta? Porque é que há tanta gente a dizer que o Belenenses é um clube simpático, é o seu 2º clube, blá-blá-blá, e cada mês que passa perdemos adeptos militantes? Como era bom perceber-se isto!

Ninguém é adepto de um clube para ser técnico de contabilidade (as contas certas...), por causa dos comes e bebes ou para estar com pessoal simpático. Futebol e desporto de competição é uma coisa de paixão, de garra, de luta e de rivalidade. Ir contra isso, é uma aberração, é criar um anti-clube.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

O sócio do Benfica

Gostava mas sei que não vai acontecer.

Gostava que no Belenenses houvesse espaço e espírito para mostrar ao Rúben Amorim o que pensamos dele. Bom, bom, vamos corrigir: o que alguns pensamos dele, porque outros sentir-se-ão "muito gratos".

Gostava de ver um pano com uma frase com o mesmo sentido que a conhecida "ONCE A BLUE NOW A RED, IN OUR HEARTS YOU ARE DEAD", se não mesmo esta.
Mas sei que não. Sei que ninguém pensou nisso e sei que já poucos pensam sim. Pior: sei que alguns o vão aplaudir. Cada palma será um marco de decadência. E cada silêncio, cada não protesto, uma prova da sua aceitação.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

A bronca da Taça da Liga

Claro que ficarei contente se estivermos nas meias finais, tanto mais que ao contrário de outros, sempre o quis, tanto mais que fomos prejudicados por arbitragem e datas dos jogos. E também ficarei contente se, em vez disso, formos indemnizados. Adicionalmente, é delicioso ver a corja da Liga à nora.

Mas não gosto nada de ver o Belenenses metido em tantos casos e pseudo-casos nestes últimos 3 anos. Até porque reforça a tendência recente para sermos um clube virtual.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

O dia em que Jaime Pacheco se fartará

Desvalorizo afirmações desagradáveis que Jaime Pacheco fez sobre o Belenenses no passado. Já tantos as fizeram! E alguns até são idolatrados. Marrar com o Pacheco num clube em que tanta gente se engana no nome do clube e do estádio? Bah...
Foi um jogador muito inteligente, com técnica e raça, mistura rara em Portugal. E assim também o foi como treinador. Se nos safarmos do desastre numa época catastroficamente preparada, em cima de anos a fio quase catastroficamente desaproveitados, a ele Jaime Pacheco deveremos.
Sempre fui contra endeusamentos, incluindo os mais recentes de Marinho Peres e Jorge Jesus. Vimos com aflição esta última e sentimos o alerta um ano antes de ele concretizar o coice no Belém. Pusemo-nos a jeito...
Não vou idolatrar o J. Pacheco mas neste momento precisamos dele. No entanto, irá ele continuar por muito tempo? Tenho sérias dúvidas que fique muito tempo. O homem não é burro.
Vejamos. Com certeza ele já percebeu que neste clube há muito que se perdeu o hábito de pôr tudo na luta, como se fosse a última oportunidade, a luta de vida ou de morte. Só assim há vencedores, só assim há campeões. No Belenenses já houve. No Belenenses já não há. E desde há muito. Desapareceu. Extinto. Finito.
Isto ele sabe. Mas com certeza terá a esperança de mudar as coisas. Só que a esta hora, já o Pacheco deve estar a pensar que se calhar não dá.
Vejamos. Ele insistiu até à última para o Diakité jogar na Luz. E isso, porque valorizava a Taça da Liga. Quer mais do que uma época dedicada a não descer. E quer mais para o ano, tanto que o Belenenses se inscreveu na Taça Intertoto, ao que ele não será alheio.
E como reagiu o clube, pelos seus adeptos? E como irá reagir? Não, não pretendo ser profeta, mas há coisas que são óbvias.
Diakité - "Deixem o homem casar!", foi a vaga de fundo da última semana. Impensável noutro clube da 1ª divisão, ou mesmo da Liga de honra, ou talvez mesmo da 2ª B. Exigência anti-clubística. Característica de sociedade recreativa, de amigos que se juntam para a caldeirada, porque "estes bocadinhos é o que se leva da vida". Tudo muito certo mas não num clube. O belenenses é isto: sentimentalismo de senhores casamenteiras, sentimentalismo nobre mas pobre, bonzinho mas não bom, pessoal mas não colectivo, sem nenhum sentido de todo, de paixão grupal, condição essencial para que haja um clube como deve ser. As coisas pessoais são sempre pequeninas, só quem pensa em termos transpessoais conquista grandeza. O Pacheco a insistir até à última com o Diakité, e os adeptos a berrarem "deixem o homem cagar!", perdão, deixem "casar!"...
Taça da Liga - "Isto não interessa para nada!", escarnecem os poucosa adeptos que foram 4ª feira. Imaginem os que não foram! Adeptos ausentes, transformaram o domingo numa vergonha, escarnecida nos jornais, gozada em blogs benfiquistas. Umas dezenas perdidas e mesmo assim separadas no sector azul, mais umas centenas em alegre convívio no meio da festa lampiã - contribuindo para ela. Adeptos como devem ser querem vitórias, em tudo quanto possível. Adeptos como deve ser, gostam de estar juntos, na sua cor, com a sua cor, não a servir de bombos da festa no meio dos outros. Adeptos como deve ser, não ficam indiferentes ao facto de serem abafados no seu próprio estádio. Sem isto não há clube. "Não vou dar dinheiro ao Benfica", frase asnática, repetida para Alvalade e o estádio do Porto, como se os 5 euros representassem alguma coisinha para clubes que gastam 50 milhões de euros por época! Fomos gamados? Pois fomos. Mas como a Taça da Liga não nos interessa para nada, é justo que se exclua um clube que não quer lá estar. "É verdade, o jogo com o Benfica para a Taça da Liga é 4ª feira, não é?".
Taça Intertoto - "Que estupidez", já estou a ouvir, "vai-se gastar um dinheirão"! E "vai-se estragar toda a época"! "Ainda descemos por causa disso". "Quero que se lixe a Intertoto, isso interessa a alguém?". "Para quê, se vamos ser eliminados à primeira?! O que é que me interessa fazer um jogo?". "E o que é que me interessa que dê acesso à Uefa? A Uefa não é para nós! Somos eliminados logo à primeira. E não traz receitas". "Vamos é pensar em fazer um campeonato engraçadinho, sem megalomanias, e deixemo-nos de Europas. Talvez um dia, quando tivermos estruturas".
Se até eu, que nasci e morrerei Belém, estou farto deste anti-clube, como não há-de fartar-se o Pacheco? Neste ambiente, só os acomodados, os inos ou inhos (aqueles que gostam de falar num clube pequeno) se sentem em casa.